Não é medo é receio

Passamos por várias fases, boas e más, na nossa vida e muitas vezes nem sabemos reagir às várias situações que ocorrem. Não é que tenha medo do que pode surgir mas um pequeno receio do que possa acontecer. Uma nova etapa é sempre bom, é como um reforço à nossa felicidade, ao nosso percurso. Sim tenho receio do que vou ouvir amanhã, e se realmente vai ser amanhã que pelo menos uma situação da minha vida se resolve. Não sei como vou reagir, não sei se vão ser boas noticias ou não...é só mais uma indecisão mas que depois passa com o decorrer das oportunidades e das minhas decisões. Tenho receio..o receio de errar, de decidir mal ou de desiludir alguém...

Uma esperança

Depois de alguns dias de desespero eis que surge mais uma esperança. Uma esperança para seguir a minha vida e dar uso às minhas capacidades profissionais. Embora não sejam certezas é sempre algo que nos faz lutar mais uma vez por aquilo que realmente ambicionamos. Eu sei que falo demasiado da vida mas é o tema principal da nossa existência. Traumas, paranóias, tabus fazem parte do nosso dia-a-dia e fazem-nos ver quem realmente somos. Um sorriso é capaz de dizer muito sobre a nossa personalidade, lá estou eu a fugir ao tema... Esperança é sem dúvida uma palavra bonita que nos faz mais uma vez sorrir, sorrir para uma oportunidade, para um objectivo e é sem dúvida um dos requisitos para a felicidade. Amanhã será sempre um outro dia e certamente mais um motivo para sorrir...

Realidades paralelas

Este é um tema interessante que pode ser discutido após a visualização do filme "Déjavu". Faz-nos pensar se realmente será possível existir uma realidade paralela. Será que é possível voltar ao passado e modificar algumas situações que não gostámos? Claro que a resposta plausível a esta questão é: não. Era bom se fosse possível para quem realmente gostava de mudar algumas coisa do passado. Por outro lado às tantas não seriamos as mesmas pessoas se mudássemos seja lá o que for no passado, seria uma realidade paralela mas algo que no futuro deixava de existir. Dois mundos que coexistem mas que no fundo só um é que é real. E se pensarmos que podiamos ter tomado outras decisões na vida, seríamos hoje outras pessoas, ou melhor, seríamos a mesma pessoa mas com ideais diferentes e outras experiências. Talvez não pensássemos da mesma forma que pensamos hoje. É um mundo paralelo que só existe no pensamento, aqui voltamos à era do se... se eu isto... se eu aquilo... mas não deixa de ser interessante questionarmo-nos sobre estas realidades ou incertezas que podiam ter-se tornado reais.

A pensar...

Falamos da vida como se ela fosse má, falamos sempre das tristezas como se não houvesse um propósito... mas na verdade não é assim. A vida prega-nos partidas, e das boas, mas não podemos fazer delas um mau-estar. Há que erguer sempre a cabeça quando algo corre mal. É preciso procurar bem no fundo de nós algo que nos faça voltar a sorrir e lutar por aquilo que queremos. Objectivos esta é a palavra correcta!!! Os objectivos são a nossa esperança e quando não atingimos um recorremos sempre a outro, ou então lutamos até consegui-lo.

Às vezes temos que deixar os momentos fluirem, temos que lutar pela felicidade mesmo que não seja perto da pessoa que amamos. Temos que fazer sacrifícios por nós e pelos outros, não podemos ser felizes se à nossa volta as pessoas são infelizes. Oiço toda a gente à minha volta a reclamara da vida medíocre que pensam ter, mas vejo também que essas pessoas não vêem o que realmente têm de bom, estar vivo. Eu também já fui uma pessoa assim. Podia não reclamar a alguém sobre o que sentia mas reclamava comigo própria, sentia-me sempre triste e parecia que o mundo tinha caido na minha cabeça. Mas algo fez-me mudar, não o que foi... posso dizer que acordei para a vida e vi o que estava a fazer comigo própria, estava a ser cruel com a minha vida e não estava a aproveitá-la a cem por cento. Agora não, vivo cada dia de cada vez e dou o mesmo conselho a quem quiser. É bom viver de acordo com os nossos objectivos e sonhos.. e luto para os conseguir concretizar.

Tudo meu, tudo meu...

Às vezes a vida é mesmo engraçada, choramos e esperneamos por algo que pensamos que temos, mas na realidade descobrimos que não passa de uma ilusão. Não digo isto por mal nem para mal, sinceramente acho que sofri durante algum tempo sem necessidade. Finalmente percebi qual é realmente o meu espaço, aquilo que posso dizer ser MEU... a vida é feita de muitos altos e baixos, mas acredito piamente que sejam mais altos... há que acreditar que o que nos acontece tem sempre um porquê, tem sempre a sua razão de ser. Pensar que as coisas acontecem porque têm mesmo que acontecer faz-nos levantar todos os dias com um sorriso, bem rasgado, para a vida. Viver abertamente a tudo o que nos rodeia, viver intensamente torna-nos melhores pessoas, mais alegres e felizes.

Deixo um paraíso e apresento-me à hipocrisia? Isso é que não!!!

A lembrança de um momento fica para sempre na memória, principalmente dos que ficam. É sempre mais fácil para quem vai embora, para quem deixa um certo lugar, deixa tudo para trás e vai em busca de algo melhor, de uma vida melhor... Deixei uma realidade diferente para trás em busca de novos desafios, um já atingi o outro está mais difícil. As fases de mudança são muito complicadas acabamos numa teia de indecisões e instabilidade que parece nunca mais acabar. Esperamos que algo mude mas ficamos quase em desespero pela demora das oportunidades. Não vale a pena pensar que elas caem-nos do céu temos que lutar e pôs mãos à obra. Embora seja difícil não é impossível e a esperança é a última a morrer. É nesta altura que vemos o quão pequeninos somos, não temos grande poder neste mundo egoísta em que vale só a aparência, uma cara bonita vale mais que o profissionalimo. Olho à minha volta e só vejo falsidade, pessoas que não olham a meios para atingir o seus fins, pessoas más sem qualquer tipo de arrependimento por aquilo que fazem, mal aos outros.

Vivemos num mundo hipócrita, um mundo de aparências em que todos têm medo de agir e ser quem realmente são, têm medo de ser só por si e não serem aceites nesta sociedade elitista. Uma sociedade que só pensa nela própria e não tem carácter algum, não tem valores nem crenças, simplesmente uma sociedade de aparências disfarçada com uma grande capa de supostas coisas boas...

A única certeza que tenho é que não tenho a certeza...

"Como pode não se ver a longo prazo que quem acabará e acaba por nos perder nos vai perder?"

Javier Marias