domingo, fevereiro 20, 2011

20 de Fevereiro 2010, atrás do que foi e hoje é: notícia.

Acordei, afastei a cortina e lá estava o sol, aquele que anseei ver exactamente à um ano atrás. Este dia é carregado de sentimentos, memórias, imagens e silêncio... por respeito às famílias, aos lesados, a todos os que viveram tudo de bem perto. Hoje o dia é dedicado à visita aos sítios mais afectados. Tomamos um pequeno-almoço tardio, metemo-nos no carro e fomos rumo à Serra D'água, subimos pela estrada agora nova e recuperada. Passamos a Meia Légua com destino à Encumeada e conseguimos ver ainda marcas do aluvião. Algumas casas já foram recuperadas, outras continuam destruídas e inabitáveis, mais acima constroem-se as novas casas para as famílias que ficaram desalojadas e sem nada. Hoje foi dia de passeio, como se de um apoio se tratasse. Vamos visitar o que a água tentou levar mas que as gentes fizeram de tudo para manter: a vida. Hoje foi um dia de celebração... celebração pela vida, por aqueles que conseguiram sobreviver e recuperar um pouco do que era seu. Celebração da união de um povo e celebração da luta pela vida e ajuda ao próximo.
No Funchal, centenas de pessoas juntaram-se no cordão humano que, ao mesmo tempo, defende a retirada do aterro marítimo com as terras das ribeiras mas, também, um cordão humano com todos de mãos dadas pelas vítimas das enchurradas. Para este aterro está previsto um jardim, visto que é difícil tirar toda aquela pedra e terra que pintou a baía do Funchal de castanho. Façam o jardim mas não se esqueçam de dedicá-lo a todas as vítimas do temporal que esfriou a Madeira à um ano atrás. Não é que seja ou fique bonito mas estas pessoas merecem ser lembradas por todos e não podemos esquecer o que aconteceu, não podemos esquecer que em 10 minutos pode acontecer o pior, a tragédia. Não podemos esquecer que a vida é curta e que um minuto pode parecer bem mais do que 60 segundos. Ponham em prática todos os projectos de forma que não volte a acontecer uma tragédia igual, nem parecida.
Mas não vamos esquecer que tal aconteceu, vamos contar às próximas gerações para que cuidem daquilo que um dia vamos deixar. Para que lembrem um dia negro que ficou para a história madeirense, dias de tristeza e de muita dor. Dor que ainda não passou e que, certamente, nunca vai passar... ninguém vai esquecer.
Com sol, lembranças e história... hoje fez um ano... que tudo aconteceu.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

A origem do meio para chegar ao fim...

Só ontem é que me dei conta do porquê de ter seguido jornalismo na universidade e passo a explicar... pus-me a pensar na origem da minha grande vontade de andar de microfone/gravador na mão a entrevistar estranhos e ir em busca de histórias mirambolantes e de informações obscuras e daí que cheguei à conclusão que a origem estava mesmo na televisão. Não fui uma criança que gostasse muito de notícias, mas qual criança gosta? A verdade é que todos os desenhos animados que via havia sempre uma jornalista: o super-homem e as tartarugas-ninja eram dos desenhos animados que mais gostava. Daí a minha fixação de brincar com a minha irmã às jornalistas e depois uns quinze anos mais tarde lá estava eu a estudar para o curso com mais desemprego no País. Por isso a culpa de uma má escolha é dos desenhos animados da altura. Deixámos de ver a Heidi e o Marco, entre outros, e até o sector da agricultura teve as suas baixas.... ninguém quer estudar para ser agricultor.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

A carteira anda cada vez mais leve e a gasolina tá cara...

Agora passou a ser uma moda. Num País em que uma grande percentagem trabalha para o Estado, em que outra grande percentagem vive com um ordenado mínimo e em que outra grande parte está desempregada cortam-se os salários, aumentam-se os impostos, dificulta-se a vida a quem já está habituado a apertar o cinto e para agravar o petróleo sobe de valor e o combustível aumenta. Quase que parece um boicote ao transporte particular e uma forma de fazer com que as empresas de transporte público façam o negócio lucrar. Mas também não... os preços dos transportes estão cada vez mais caros embora mais barato que a gasolina.
Não entendo como é que ainda não se chegou a um consenso e fixar o valor e quando deve ou não aumentar? Desde que 2011 começou que todas as segundas-feiras às 00horas lá aumentam uns bons centimos e quando nos damos conta estamos a encher o depósito todas as semanas, esperamos em filas longas só para conseguir poupar uns trocos e feitas as contas acabamos por gastar mais. Gastamos muito mais porque todas as semanas estamos preocupados com o que vamos pagar, que exageramos no consumo e damos lucro às gasolineiras. As notícias põem-nos loucos e sem saber como agir que acabamos por fazer tudo errado. Neste momento, tudo se resume a negócios, lucro e ao próprio umbigo. A carteira anda cada vez mais leve...

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Tiram-se os C's, os P's e quiçá... passamos a falar "gostoso"

A tendência é sempre mudar mas nem sempre a mudança é positiva. Fazem-se acordos mas complicam-se compreensões e gerações. Claro que falo do novo acordo ortográfico que começa a ser usado em grande força e, principalmente, pelos órgãos de comunicação social.
Não concordo com este acordo, aprendi a escrever de uma forma e agora querem que de um momento para outro comece a cortar nas letras e escrever como os brasileiros? Mas isto tem algum jeito? Será que também me vão obrigar a escrever "planejamento" em vez de "planeamento"?
Com este acordo perde-se o sentido de muitas palavras que ao fim de contas deixam de existir e passa a existir uma única com dois sentidos, como é o caso de fato (antes facto e fato, agora só fato). Outras palavras também vêem as suas letras diminuidas como é o caso de baptismo - batismo e directo - direto, entre outras.
Andaram os nossos antepassados a conquistar o Mundo e, agora, nós perdemos as colónias conquistadas, pagamos pelos produtos descobertos, libertamos os povos para criarem as suas próprias Línguas e ainda nos rendemos às suas Línguas, acabamos por escrever como eles. Daqui a nada também nos pedem para falar de uma forma melódica, musical, aquele falar "gostoso"... claro, é que só cá faltava isso.