Fecharam-se as portas à tristeza e a vida dita normal sai à rua. Passaram-se duas semanas após toda a tragédia que gerou desespero, solidão e tristeza. Foram tantos os casos de fatalismo como heróicos. Histórias foram contadas ao som de um choro global que fez com que todos os olhos se voltassem para a Pérola do Atlântico. Votos de solidariedade e ajudas de todo o mundo vieram ao encontro de um povo que viu a catástrofe cair sobre o que de sempre chamou como seu.
Os madeirenses viraram a página desta tragédia e tentam viver normalmente mesmo que isso pareça estranho. Podem muitos não entender a força que um povo pode ter e sentir num momento de tanta fragilidade e tristeza, embora tão irreal que pareça acho que nem os próprios cairam na real do que se estava a passar. Começar a limpar quando ainda se noticiava o que aconteceu foi uma necessidade e isso demonstrou que nada pára este povo, muitas vezes recriminado por outros. Fizeram valer que a união faz a força.
Os dias agora começam a ter um sabor menos amargo para começar a dar lugar a dias com mais alegria onde o sol começa a ser uma constante. Começo a reconhecer a minha terra e a minha Cidade. Dia a dia, as semanas vão passando e embora não esqueçamos o que aconteceu vamos começar a pensar em outros problemas, talvez fúteis, mas que vão ajudar a dar outra cor aos nossos dias. O que precisamos agora é conseguir ver tv sem que apareçam as imagens trágicas de uma Madeira destruída. Abrir o jornal sem se falarem em vítimas e mortes. Começa a ser complicado para nós estar a tentar "esquecer" tudo o que se passou e tudo à nossa volta lembra a tragédia que nos assombra.
Não é necessário nos lembrarem do que aconteceu pois as imagens estão presentes a toda a hora, são visíveis. E, por mais que queiramos esquecer estará sempre presente, infelizmente ainda está à vista...
Sem comentários:
Enviar um comentário